Dezesseis anos depois do começo da construção do anel viário de Goiânia, está em andamento uma nova movimentação do setor empresarial e de autoridades públicas para a retomada das obras. União, Estado e Prefeitura pretendem dividir entre si os 62 quilômetros que faltam para a conclusão do contorno. As máquinas pararam em 2001 devido a suspeita de superfaturamento; 19,9 quilômetros, entre as BRs 153 e 060, estavam prontos. A retomada depende de projetos de adequação à necessidade atual.
A bancada goiana no Congresso Nacional colocou, por iniciativa do senador e ex-secretário de Estado da Infraestrutura Wilder Morais (DEM), propõe emenda ao Orçamento da União com solicitação de R$ 113 milhões para construção do Contorno Norte, trecho de 20 quilômetros a ser realizado pelo Estado. O pedido de verba depende de aprovação do governo federal. A conversa entre poderes públicos tem sido mediada por empresários interessados desviar o trânsito de caminhões do centro da cidade.
Coordenador do Fórum de Mobilidade Urbana da região metropolitana de Goiânia e presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Ilézio Inácio Ferreira, afirma que 1,7 mil veículos pesados passam por Goiânia diariamente, vindos somente da GO-060, que liga Goiânia a Trindade. “O impacto do anel viário na cidade é enorme.”
Ilézio também manteve conversas recentes com o prefeito Paulo Garcia (PT). “O prefeito fez compromisso de assumir 12 quilômetros do Contorno Leste, entre a BR-060 (saída para Rio Verde) e a GO-070 (saída para Inhumas).” O Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deverá doar os projetos já realizados. “Dnit tem projeto executivo bastante avançado e a ideia é repassarpara estado e município”, afirma o superintendente regional, Handerson Cabral Ribeiro.
Caberá ao órgão federal a construção do trecho atualmente chamado de Desvio da BR-153; um contorno de 30 quilômetros entre o início do trecho concluído, em Aparecida de Goiânia, e as proximidades do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na saída para Anápolis. Pelo projeto atual – que ainda passará por adequação e pode ser alterado – o traçado passaria atrás do Jardim Mariliza e do Autódromo Internacional de Goiânia.
Os trechos Desvio da BR-153 e Contorno Norte são a nova roupagem dada ao que foi inicialmente projetado: Contorno Noroeste. O traçado original tinha 50 quilômetros e foi licitado em 1998. Em 2001 as obras foram paralisadas por suspeita de superfaturamento. A adequação no nome e no trajeto foi feita no ano passado.
Handerson Ribeiro afirma que técnicos da superintendência regional trabalham em estudos e adequações do projeto que continuará sob responsabilidade do governo federal. Os documentos deverão ser enviados para a diretoria-geral do Dnit em janeiro.
O procurador da República Hélio Telho, que propôs a ação no início da década passada, afirma que há aproximadamente dois anos uma decisão judicial tirou qualquer impedimento para continuidade da obra. Ainda assim, Telho ressalta a necessidade nova licitação.
(Pedro Palazzo, Jornal O Popular, 16 de dezembro de 2012).
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